Descrição Extrínseca

“Essa foto foi no mesmo dia. E essa blusa aí que ele tá vestindo, a gente deu ele de presente. Tá escrito Mascucetas. Essa blusa é da... Duma série de camisas que a Academia Transliterária produziu. E a gente levou ela de presente para ele. Ele trocou de roupa na hora. E essa que eu to usando era da banda. Ele não conhecia (mascucetas). A gente tocou para ele. Tem um vídeo incrível dele, da gente tocando. [...] Isso aí foi no final. A gente já tinha almoçado, já tava quase indo embora. Aí a gente foi pra uma área externa do prédio pra fazer essas fotos.Ah, ele falou que... Ele contou um pouco da história, né? E ele menciona que a diferença que a gente tinha que lembrar é que na época dele ele estava mais sozinho mesmo do que a gente está agora. Por isso que é importante a gente, né? Se agrupar, estar com os nossos pares, porque a gente consegue mais essas trocas, coisas que ele não teve. Acho que essa foi a principal diferença apontada, assim, por ele, né? Deixa eu lembrar. É, ele falou também que a gente precisava discutir nossas pautas mais recortadas também, porque às vezes a gente fala pessoas trans e às vezes cai muito nas pautas das mulheres trans, das travestis, e a gente, né, fica mais apagado também. Então ele reforçou a importância da gente sempre levantar a nossa bandeira, mesmo que junto das travestis, mas assim, sempre recortar as nossas pautas. Lembro bem dele falando isso. [...] Ah, eu achei bonitinho, porque ele estava super à vontade com a gente dentro de casa e ele tava sem chapéu. E aí, na hora que foi lá fora para a gente se montar, ele quis por, porque ele perdeu o cabelo e ele falava que se achava mais bonito com esse chapéu aí. Aí ele se montou todo, se arrumou assim, para poder fazer as fotos. É bonitinho, né, tipo assim? O negócio mais dele, impossível, né? Não gostava muito de aparecer careca. É, ele falou não, a gente, né? Com a roupa, tal, “vou pôr meu chapéu”.” (Jomaka, Acervos Transcestrais, 2024).