Descrição Extrínseca

“Eu amava o Yuri. [...] É, por isso que eu botei o nome do meu cachorro Yuri, eu... é… esse é o segundo cachorro que chama Yuri, porque é... ele era Yuri Radone [...] O a… a... mãe dele saiu pra trabalhar [..] Ai é a gente ficava sozinho em casa, aí eu pegava ele e dizia Yuri vamo dá uma voltinha lá no parque, vamo vê como é que tá o dia, aí a gente saia é ali por volta é da… da... do prédio que ficava o parque, dava uma voltinha, depois eu voltava pra casa com ele e dava... o... o lanchinho, e quando for a hora do almoço eu dava o almoço, depois ele ia dormir e eu ia ver tv. [...] Ele me chamava de titia. [...] Tinha descolorido [o cabelo], porque na... na verdade é… eu tinha que passar por uma coisa que eu não era, aí pra poder é... eu me casar é... eu tinha que assumir um papel que eu não era. [... ]Aí é já no final de noventa e nove. [...] a Jéssica era só uma vizinha que a gente é... se encontrava a gente ia no mercado junto, eu entendia o… o portunhol dela né, e a gente conversava, ela falava é... é… é... da cidade é que ela gostava porque que ela foi... aí perguntei porque que ela foi morar lá, aí ela falou porque conheceu o marido dela e foi pra uma viagem de férias ai se conheceram e ela pegou deixou a família toda e foi morar lá em Bienne aí a gente só conversava besteira, sobre família. [...] Foi em Bienne. [...] é passeava em volta do prédio ia no parquinho, dava o lanchinho ele ia dormir eu ia ver tv, porque não tinha mais nada pra fazer.” (Karla Zhand, Arquivo Vivo, 2022)