Descrição Extrínseca
“[...] essa nós estávamos Lena, Monique Pastinha e o Oséias, Cristiano... mais dois...quem era esse aqui? [...] É mais eu não.. não.. não tenho certeza que... pera aí... aqui tá a Lena...Aqui eu tô, eu tô vendo, eu tô tentando aumentar por aqui, desconhecida... Ah lembrei, então essa era uma manifestação, provavelmente na Praça da Piedade aqui em Salvador, por conta dos assassinatos de travestis, tá. Então a gente fazia o quê?! Era uma das atividades que a Atras fazia muito quando ela foi constituída, ela levava as travestis para um espaço público, especialmente lá na praça... geralmente na Praça da Piedade e nós íamos lá com esses panos é... desenhados…Então eu não lembro a data dessa foto mas é uma foto em que a gente fazia diversas atividades como essa. Essa é uma manifestação na Praça da Piedade, eu tenho certeza, que olhei uma árvore agora, era um lugar que a gente ia bastante fazer manifestação, essas manifestações eram precedidas de uma oficina para fazer esses cartazes. Era escrito em panos, em tecidos com tinta, o nome das pessoas que tinham sido assassinadas ou violentadas e a entidade delas. Aí eram lésbicas, gays ou trans...travestis. Na verdade não tinham ainda as figuras de mulher transexual, de homem trans, não binário, transmasculinos... e todas essas identidades e pessoas que nós temos hoje, então nesse período aí, lá pelos anos noventa acredito ainda não tínhamos essa dimensão de pessoas que a gente tem hoje que é tão importante no universo LGBTQIA+. E aí, esses cartazes eram expostos por nós e por pessoas que estavam nos grupos.. aí era mais... tinha gente cisgênera juntamente conosco, a gente colocava cordéis e amarrava as vezes esses... essas...esses tecidos para que ficasse visível para as pessoas que passassem é visualizasse, era uma forma de prestar uma homenagem a essas pessoas que foram assassinadas e que a gente com isso estava dizendo para sociedade que estavam matando nosso povo, que era preciso então dar um basta nesses assassinados. Aí as imagens que estão aí é… Pastinha, Sandra Pastinha que tá aqui em primeiro plano, depois tem Helena Oça, Monique Alves, tem eu, tem Oséias Cerqueira, tem o Cristiano Santos que está segurando a placa do Grupo Gay da Bahia. Tem a Márcia que a gente chama de Márcia Cabrita, que é aquela menina que está lá de preto com o sorriso aberto, e as duas últimas eu não me recordo do nome delas mas eu visualmente eu sei exatamente de quem se trata, o nome fugiu a memória.Todas tem mais ou menos a mesma idade m... todas tinha menos idade que eu, exceto ali Helena e eu temos a mesma idade quase. Mas todas as outras pessoas eram mais jovens que nós duas.” (Keila Simpson, Arquivo Vivo, 2022)
