Descrição Extrínseca

“[...] nós tínhamos uma pesquisadora que ela estava pesquisadora nesse período, é... e ela fez um trabalho muito grande com a Atras, com as travestis, ela acompanhava a gente lá nas reuniões e ela estava trabalhando muito sobre... ela estava fazendo a dissertação dela de mestrado talvez, eu não me.. me lembro né. E ela... então, ela fez na conclusão dela, ela apresentou essas fotografias das meninas, Carol Barreto. Ela... e aí ela acompanhou a gente muito tempo durante o estudo, acho que era o mestrado que ela estava fazendo em alguma coisa. Ela agora está formada em moda, uma coisa assim, é... e aí ela fez essa, esse acompanhamento das reuniões, nós tínhamos reunião semanal na Atras, toda quinta feira a gente tinha reunião. Com o grupo de travestis e ela estava sempre lá presente acompanhando e acabou saindo então no final do trabalho dela, na apresentação, ela fez essa exposição que eram fotografias das travestis que ela acompanhou, e ela depois fez a exposição dessas fotografias e, é... é... é… o material dessas fotografias do jornal era como se fosse a folha de jornal né, uma... com uma ideia ela usou o papel como se tivesse sido queimado nas bordas do papel, então tinha todo um contexto, e ela estava usando esse argumento para demonstrar que aquela fotografia que estava ali, aquela pessoa que estava fotografada era tão fragilizada como uma folha de jornal é, que por vezes ela tinha também essas possibilidades de ser é... queimada nesse contexto assim, para demonstrar a fragilidade de fato. [...] a gente fez uma exposição no... lá no primeiro CPDD no Rio Vermelho, a gente colocou numa sala as fotos todas, eu tinha até pouco tempo ainda essas fotos, ela deu, doou para a gente as fotos. Mas como as fotos eram nessa, nesse formato de folha de jornal acabou se perdendo mais. E essa matéria saiu e eles ilustraram essa matéria com a imagem de Tâmara que é essa que está na foto, que é uma das que estavam retratadas na exposição e, que ela tinha acabado de ser assassinada quando essa matéria foi publicada né. A gente não diria que era uma amizade, eu conheci Tâmara... Tâmara era um rapazinho que não se identificava ainda, nós não tinha feito a transição, depois ela começa a trabalhar com a transição e depois a encontro já dessa forma. Ela era uma pessoa que tinha uma.. uma participação.. ela era muito liderança no meio das travestis, se a gente precisasse de travestis para alguma atividade que fosse ela estava muito disponível a buscar, a chamar as travestis. E ela tinha uma penetração muito boa nesse mundo. Era como o da atriz, era Tâmara Taxman, o nome de Tâmara era a mesma coisa.” (Keila Simpson, Arquivo Vivo, 2022)