Identificação e Características do Objeto
Miniatura

Acervo
Acervos Transcestrais
Número de Tombo
153
Número de Registro
MUTHA.AH.AD.AT.TC.2024.0153
Objeto
Fotografia Digital
Título
Primas
Autoria
Taya Carneiro
Identidade e Subjetivação
Descrição Intrínseca
Fotografia colorida em forma de retrato Selfie. Duas pessoas jovens, da direita para a esquerda, Maria Léo Araruna, uma delas, com cabelo encaracolado claro, pele branca, usa óculos de haste preta, olha de baixo para cima. Taya Carneiro bem perto dela, uma jovem de pele branca, cabelos longos encaracolados, usa óculos de armação preta, brincos de argola na orelha e uma jaqueta jeans.
Dimensões
663 x 850 pixelx
Material
Digital
Origem
Brasília, DF
Procedência
Brasília, DF
Tipo de Aquisição
Doação
Pessoa ex-proprietária
Maria Léo Araruna
Data de Aquisição
janeiro 1, 2025
Estado de Conservação
Bom
Classificação Etária
Livre
Informações Contextuais
Descrição Extrínseca
“Nessa época em que a Taya tinha esse cabelão, eu sempre também tive cabelão, e aí as pessoas confundiam muito a gente. Elas achavam que a gente era a mesma pessoa muitas vezes. E por mais que isso às vezes soasse como uma transfobia, né? Tipo, travesti é tudo igual e tal. A gente também gostava disso, assim, de sermos parecidas. Porque uma coisa que a Taya falava sempre era, quando a gente estava na casa do meu pai, que é a casa também da tia da Taya, as crianças, né? A gente sempre teve muitos primos, e eles sempre foram bem mais novos que a gente. Então as crianças às vezes vinham falar comigo, vinham falar com ela e chamavam uma pelo nome da outra. As crianças confundiam muito a gente. Elas não sabiam quem era quem. E a nossa própria família, assim, falava também como que a gente era parecida. E a gente gostou, a gente gostava disso. E a gente gostava muito de... De falar que a gente era prima uma da outra. Por mais que não fôssemos primas de sangue, tinha essa relação entre a nossa família. E... E era uma forma também de… De ampliar, assim, a nossa amizade. A gente não é só amiga. A gente tem um laço mais forte ainda, que é um laço de prima, um laço familiar. E era muito bom quando eu ia para a casa do meu pai em alguma situação festiva, seja Páscoa, seja aniversário de alguém, festa junina ou... Natal, Ano Novo. E a Taya também tava lá. E... E isso sempre foi uma diversão, assim, para a nossa família como toda. Porque, de repente, essa família começou a aparecer muitas travestis dentro dessa família. Porque tinha eu, tinha a Taya, e aí tinha as nossas amigas também. Tinha a namorada da Taya na época, que era minha amiga, que é a Lua. Então… A gente levava muitas amigas nossas para lá também. E... E a nossa família sempre foi muito acolhedora nesse lugar. E... Outra coisa também que eu ia comentar, que tinha era… [...] Sim, a gente era. E, tipo, desde o início da transição, assim, confundiu muita gente. Porque o nosso cabelo era do mesmo tamanho, curto, e foi crescendo e foi ficando bem parecido, assim, também. E... Ah, tinha uma outra coisa que eu queria falar, que eu esqueci. [...] Foi a Taya que me tirou do armário pro meu pai. Porque muitas vezes ela ia pra casa do meu pai e eu não tava lá, porque ela ia ver a tia dela, né? A avó dela, que também frequentava muito ali essa casa do meu pai. E aí ela que explicou pra todo mundo ali na família o que era travesti, porque que ela era travesti. E ela falou, ah, e tem uma coisa, não é só eu não, tá? A Maria Léo também, inclusive agora é Maria Leo. Então foi ela que preparou o terreno. E aí, quando ela me contou depois, eu fiquei muito chocada, mas eu não fiquei com raiva dela, porque eu achei até bom, porque eu não tive que fazer esse processo, ela fez esse processo pra mim. Então, eu lembro que eu cheguei depois lá no meu pai, e eu tinha muito tempo que eu não ia pro meu pai, eu fiquei meses, quase um ano, sem ir pra casa do meu pai, porque eu tinha vergonha. E aí ela deu essa facilitada assim, ela deu essa ajuda, e quando eu cheguei lá, já tava tudo pronto, e eles me receberam com muito carinho, eles já estavam preparados, e foi muito mais fácil, sim. Ela facilitou pra mim esse caminho.” (Maria Léo Araruna, Acervos Transcestrais, 2024)
Período
2019
Referências Bibliográficas
Não
Objetos Associados
MUTHA.AH.AD.AT.TC.2024.0155, MUTHA.AH.AD.AT.TC.2024.0157
Exposições
Não
Publicações
Redes Socias (Instagram/Facebook)
Restauro
Não
Pesquisas
Pesquisa realizada pelo Museu Transgênero de História e Arte - Mutha para a construção das coleções pertencentes ao eixo temático Acervos Transcestrais, contemplada por meio do edital Funarte Retomada Ações Continuadas - Espaços Artísticos 2023.
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Registrado por
Ian Habib | Mayara Lacal | Beatriz Falleiros
Data de Registro
fevereiro 26, 2025